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25/08/2008 / Em: Clipping

 


Aberta a temporada dos vestibulares (Jornal Agora – Dicas – 25/09/08)

PRINCIPAIS INSTITUIÇÕES PÚBLICAS E PRIVADAS DO ESTADO JÁ ACEITAM INSCRIÇÕES PARA OS PROCESSOS SELETIVOS DE 2009; VEJA DATAS

Estudantes que aspiram a uma vaga na universidade, seja ela pública ou privada, devem ficar atentos aos prazos de inscrição: as principais instituições do Estado de São Paulo já abriram o período de cadastro. A Fuvest, no entanto, já encerrou o cadastro. Quem quer se candidatar a uma vaga na UFABC (Universidade Federal do ABC) deve se apressar. As inscrições serão aceitas até as 16h de hoje (saiba mais quadro ao lado). A próxima universidade pública a encerrar o período de cadastro é a Unicamp (Universidade Estadual de Campinas), no dia 7 de outubro. As particulares oferecem, em média, um prazo de inscrição mais longo. A ESPM (Escola Superior de Propaganda e Marketing) da capital e a universidade Mackenzie, por exemplo, inscrevem até o mês de novembro.



Negros continuam a ser minoria no ensino superior  (O Estado de S.Paulo – Vida&/Educação – 25/09/08)

Em dez anos, aumentou a desigualdade entre brancos e negros ao se comparar freqüência e conclusão

Em dez anos, aumentou a desigualdade entre brancos e negros quando se compara taxas de freqüência e de conclusão do ensino superior dos dois grupos, revela o IBGE. Em 1997, 9,6% dos autodeclarados brancos e 2,2% dos pretos e pardos, de 25 anos ou mais de idade, tinham curso superior completo no País. No ano passado, as proporções eram de 13,4% e 4%, respectivamente. Ou seja: apesar de a participação dos pretos e pardos ter quase dobrado, o hiato em relação aos brancos aumentou de 7,4 para 9,4 pontos porcentuais, no período. “Os dados refletem a insuficiência dos esforços recentes. Significa que 96% dos negros (com 25 anos ou mais) ignoram o que é universidade. Ainda há muito a ser feito”, disse o professor Marcelo Paixão, da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). Em 2007, a taxa de freqüência para estudantes de 18 a 25 anos que se declararam brancos (19,4%) era quase o triplo da registrada entre pretos e pardos (6,8%). No ano passado, 57,9% dos estudantes brancos de 18 a 24 anos estavam no nível superior – para pretos e pardos, o porcentual foi de 25,4%.  Paixão avalia que o resultado da Síntese de Indicadores Sociais “é um reforço para aqueles que falaram sim às cotas”. Mas ressalva que a política pública no setor “foi mínima”. “Ficou mais no plano das intenções.” A divulgação ocorre no ano em que se completam 120 anos da Lei Áurea, e uma semana após o IBGE ter mostrado que a população de pretos e pardos (49,7% do total) superou a de brancos (49,4%) no País em 2007. Para José Luís Petruccelli, pesquisador do IBGE, o debate sobre cotas nos País é “político-ideológico”. “Desde a formação das universidades no País, nunca se fez nenhum tipo de política pública para atender aos grupos subalternizados”, disse. “Até hoje se questiona o pouco que está se tentando fazer, e os resultados ainda não são nem visíveis.” Segundo ele, as cotas criadas nos últimos anos, por iniciativa de cerca de 60 universidades públicas, afetam uma parcela muito baixa do total de estudantes. “Menos de 30% dos universitários estão em instituições públicas. Também há o ProUni, mas afeta cerca de 100 mil estudantes. Em 5,5 milhões, isso é muito pouco”, disse Petruccelli. O estudo mostra que os pretos e pardos de 18 a 25 anos não conseguiram alcançar, no ano passado, as taxas de freqüência que os brancos apresentavam em 1997. A diferença a favor dos brancos, que continuaram a apresentar níveis mais elevados em todas as idades, aumentou no período analisado: em 1997, era de 9,6 pontos porcentuais aos 21 anos, e chegou a 15,8 pontos em 2007. Ou seja: em 1997, a taxa de jovens de 21 anos freqüentando o ensino superior era de 2,6% para pretos e pardos, e de 12,2% para brancos. Dez anos depois, chegou a 8,4% para pretos e pardos, e a 24,2% para os brancos. Aos 18 anos, a diferença aumentou de 4,9 pontos porcentuais em 1997 para 10,1 pontos no período. “Após uma década, a composição racial das pessoas que completaram o nível superior permanece inalterada, ou até mais inadequada, em termos de representação dos pretos e pardos, continuando a se constituir um obstáculo para a ascensão social destes”, observa o IBGE.  Dos 14 milhões de analfabetos brasileiros, mais da metade (9 milhões) eram pretos ou pardos em 2007. Em termos relativos, a taxa de analfabetismo da população branca foi de 6,1% para as pessoas com 15 anos ou mais de idade, ante 14% para pretos e pardos, mais que o dobro. A média de anos de estudo da população de 15 anos ou mais apresentou vantagem de quase 2 anos a mais para brancos (8,1 anos de estudo) em relação a pretos e pardos, com 6,3 anos. O IBGE comparou os rendimentos por cor dentro dos grupos com mesmo nível de escolaridade. O rendimento-hora dos brancos era até 40% mais elevado que o de pretos e pardos, no grupo com 12 ou mais anos de estudo. Também foi comparada a participação relativa dos dois grupos na apropriação do rendimento das famílias. A distribuição entre os 10% mais pobres e entre o 1% mais rico mostra que, em 2007, os brancos eram 25,5% do total entre os mais pobres, e 86,3% dos mais ricos. Já os pretos e pardos representavam 73,9% entre os mais pobres, e apenas 12% entre os mais ricos. Para o IBGE, os valores mostram que as desigualdades na apropriação da renda do País “têm se mantido ou até piorado um pouco, se comparadas com anos anteriores”. Fundador da rede de pré-vestibulares Educafro, o frei David Santos disse que o estudo do IBGE “prova” que só é possível construir um Brasil com menos desigualdade de oportunidades se houver mais políticas de ação afirmativa “em função da realidade de cada etnia”. “Estou escandalizado com o número de negros que entram na universidade e não podem se manter porque não têm dinheiro para a passagem de ônibus, não têm emprego garantido e por isso vivem em constante instabilidade”, disse. Para David, o governo federal deveria ser “mais firme corajoso” na definição de políticas “diferenciadas de inclusão”, como uma bolsa de ajuda financeira para os que entram em universidades públicas por meio de cotas e aqueles que ingressam em instituições privadas pelo ProUni.

Apenas 4% dos negros ou pardos terminam o ensino superior  (O Estado de S.Paulo – Vida&/Educação – 25/09/08)

Apesar da reserva de vagas, negros e pardos ainda são minorias no ensino superior, aponta estudo do IBGE

As desigualdades raciais no Brasil prosseguem muito elevadas, segundo mostra a Síntese de Indicadores Sociais 2007, divulgada na manhã desta quarta-feira, 24, pelo IBGE. Apesar da exigência, por lei, de reserva de vagas no ensino superior para “grupos sociais desfavorecidos”, as taxas de freqüência a curso universitário para estudantes entre 18 anos e 25 anos de idade mostram que em todas as idades a população branca apresenta níveis mais elevados que a de negros e pardos. Além disso, apenas 4% dos negros ou pardos concluem o ensino universitário. Enquanto 20,6% dos brancos de 19 anos de idade freqüentavam o ensino superior em 2007, apenas 6% dos negros e pardos estavam na mesma situação no período. Enquanto 13,4% dos brancos tinham completado o ensino superior no ano passado, apenas 4% dos negros e pardos tinham feito a mesma conquista. Além disso, em números absolutos, em 2007, dos pouco mais de 14 milhões de analfabetos brasileiros, quase 9 milhões são negros e pardos. Em termos relativos, a taxa de analfabetismo da população branca é de 6,1% para as pessoas de 15 anos ou mais de idade, sendo que estas mesmas taxas para negros e pardos superam 14%, ou seja, mais que o dobro que a de brancos. Outro indicador educacional que sublinha a desigualdade racial mostra que a média de anos de estudo da população de 15 anos ou mais de idade continua a apresentar uma vantagem em torno de dois anos para brancos, com 8,1 anos de estudo, em relação a pretos e pardos, com 6,3 anos de estudo. Segundo observam os técnicos do IBGE no texto da pesquisa, “as conseqüências destas desigualdades se refletem nas diferenças dos rendimentos médios percebidos por negros e pardos em relação aos dos brancos, se apresentando sempre menores (em torno de 50%)”.



Cota: impacto na redução da desigualdade não apareceu  (Correio Popular – Brasil – 25/09/08)

Pretos e pardos ainda não alcançaram a taxa que brancos tinham em 1997

A política de cotas, implementada em mais de 60 universidades públicas do País, ainda não resultou em redução da desigualdade na participação de brancos, pretos e pardos no Ensino Superior, revela a Síntese de Indicadores Sociais do IBGE. No ano passado, a taxa de freqüência (proporção de pessoas que dizem estar indo à universidade) para alunos de 18 a 25 anos na população branca era de 19,4%. Entre a população preta e parda (nomenclatura usada pelo IBGE, que usa como critério a cor por autodeclaração), a taxa era de 6,8%. Os dados mostram que, na faixa de 18 a 25 anos, os estudantes pretos e pardos ainda não alcançaram a taxa de freqüência que brancos tinham em 1997. Na faixa de 21 anos, por exemplo, a freqüência de alunos pretos e pardos era de 2,6% em 1997. No ano passado, subiu para 8,4%. No mesmo período, a população branca ampliou seu índice de 12,2% para 24,2%. Na prática, cresceu a distância em pontos percentuais. Para José Luiz Petruccelli, do IBGE, os dados mostram que não houve impacto da criação de vagas para a população preta e parda. “Não existe uma política pública nacional de cotas. A lei que propõe isso está parada no Congresso. O pouco que está sendo feito não tem impacto.” O pesquisador afirma ainda que os números deveriam refletir a autodeclaração de cor. “O País tem metade da população que se identifica como branca e outra como não-branca. Se a cor não estivesse relacionada à apropriação de riqueza, deveríamos ter metade de brancos e metade de não-brancos nas universidades.” Segundo Marcelo Paixão, economista da UFRJ e coordenador do Observatório Afrobrasileiro, o governo mostra apenas tolerância sobre políticas afirmativas, e as únicas ações oficiais até agora foram o Prouni (Programa Universidade para Todos, que dá bolsas, com cotas para pessoas autodeclaradas indígenas, pretas ou pardas) e o Fies (Programa de Financiamento Estudantil).



Mesmo com cotas, pretos e pardos ingressam menos na universidade (Folha Online – Educação – 24/09/08)

Em uma década na qual 60 universidades adotaram a política de cotas raciais, aumentou no Brasil a disparidade entre a população branca e a preta e parda com ensino superior. Enquanto a presença dos brancos com 21 anos de idade nas universidades cresceu 12,1 pontos percentuais entre 1997 e 2007, na população preta e parda, o crescimento foi de 6,2 pontos percentuais, de acordo com a Síntese de Indicadores Sociais do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), divulgada nesta quarta-feira. Em 2007, havia 3,8 milhões de estudantes entre 18 e 24 anos de cor branca, número pouco maior dos 3,4 milhões do mesmo grupo de cor preta e parda. Mas, enquanto mais da metade dos brancos (57,9%) freqüentava o ensino superior, apenas um quarto dos estudantes pretos e pardos cursavam universidades. Essa disparidade se acentuou ao longo de uma década. Em 1997, a taxa de freqüência no nível superior era de 12,2% para os jovens brancos de 21 anos e 2,6% para os de cor preta e parda. Ambos aumentaram os contingentes em 2007, mas o da população branca saltou para 24,2% do total, contra 12,2% dos pretos e pardos. A diferença, para o IBGE, mostra que ainda há “um obstáculo para a ascensão social” da população de cor preta e parda no Brasil. A hipótese para explicar esse hiato crescente entre brancos e pretos e pardos, para os pesquisadores, está na falta de políticas públicas no Brasil, com exceção de “iniciativas isoladas” como o emprego de cotas para pretos e pardos adotadas por universidades públicas.

Cota não levou mais negros à universidade (Folha de S.Paulo – Cotidiano – 25/09/08)

No ano passado, taxa de freqüência entre brancos de 18 a 25 anos foi de 19,4%, ante 6,8% entre pretos e pardos, segundo o IBGE

Dados mostram que estudantes pretos e pardos ainda não alcançaram a taxa de freqüência que brancos tinham em 1997

A política de cotas, implementada em mais de 60 universidades públicas do país, ainda não resultou em redução da desigualdade na participação de brancos, pretos e pardos no ensino superior, revela a Síntese de Indicadores Sociais. No ano passado, a taxa de freqüência (proporção de pessoas que dizem estar indo à universidade) para alunos de 18 a 25 anos na população branca era de 19,4%. Entre a população preta e parda (nomenclatura usada pelo IBGE, que usa como critério a cor por autodeclaração), a taxa era de 6,8%. Os dados mostram que, na faixa de 18 a 25 anos, os estudantes pretos e pardos ainda não alcançaram a taxa de freqüência que brancos tinham em 1997. Na faixa de 21 anos, por exemplo, a freqüência de alunos pretos e pardos era de 2,6% em 1997. No ano passado, subiu para 8,4%. No mesmo período, a população branca ampliou seu índice de 12,2% para 24,2%. Na prática, cresceu a distância em pontos percentuais. Para José Luiz Petruccelli, do IBGE, os dados mostram que não houve impacto da criação de vagas para a população preta e parda. “Não existe uma política pública nacional de cotas. A lei que propõe isso está parada no Congresso. O pouco que está sendo feito não tem impacto.” O pesquisador afirma ainda que os números deveriam refletir a autodeclaração de cor. “O país tem metade da população que se identifica como branca e outra como não-branca. Se a cor não estivesse relacionada à apropriação de riqueza, deveríamos ter metade de brancos e metade de não-brancos nas universidades.” Segundo Marcelo Paixão, economista da UFRJ e coordenador do Observatório Afrobrasileiro, o governo mostra apenas tolerância sobre políticas afirmativas, e as únicas ações oficiais até agora foram o Prouni (Programa Universidade para Todos, que dá bolsas, com cotas para pessoas autodeclaradas indígenas, pretas ou pardas) e o Fies (Programa de Financiamento Estudantil). Para ele, a participação dos pretos e pardos cresceu em ritmo acelerado, mas, em razão da base baixa, não foi possível reduzir a distância em relação à população branca. “As políticas de ações afirmativas e o esforço de cada estudante ainda não foram suficientes para mudar um quadro em que mais de 90% dos jovens negros estão fora da universidade. Mesmo 120 anos depois da abolição, o país não consegue colocar 10% da população negra na universidade”, disse. O coordenador da ONG Educafro no Rio, André Guimarães, afirma que um dos principais problemas é a falta de divulgação do Prouni. “Fui na semana passada a uma escola em Inhaúma (zona norte do Rio) e, quando falei do Prouni, os olhos dos estudantes brilharam. Eles nem sabiam que eles tinham esse direito”, afirmou. Vanderson Luiz da Silva, 22, aluno de um pré-vestibular voltado para pretos e pardos, por exemplo, disse que desconhecia o programa no ano passado, quando completou o ensino médio e tentou pela primeira vez o vestibular para história. O hiato entre pessoas que já concluíram o ensino superior também aumentou. Em 1997, 9,6% dos brancos e 2,2% dos pretos e pardos tinham nível superior completo. Em 2007, 13,4% e 4%, respectivamente. Não só no ensino superior há discrepância. Em 2007, dos cerca de 14 milhões de analfabetos no país, quase 9 milhões eram pretos ou pardos. Na população branca, era de 6,1% para aqueles com 15 anos ou mais e de 14% para pretos e pardos.



Aluno de escola pública é o mais beneficiado por cotas em universidades  (Estado de Minas – Brasil – 24/09/08)

Os alunos de escolas públicas são os mais beneficiados com a política de cotas adotada pelas universidades públicas do país. Em seguida, estão os indígenas e depois os negros. É o que revela o Monitoramento das Políticas de Ação Afirmativa, divulgado nesta quarta-feira (24), pela Pontifícia Universidade Católica (PUC) do Rio. De acordo com levantamento, cerca de 60% das universidades estaduais e federais do país adotam algum tipo de ação afirmativa. Dessas, quase a metade (42%) são cotas. Entre as universidades que fazem reserva de vagas, a maioria é para alunos de escolas públicas (82%), 59% indígenas e 58%, negros. As modalidades podem ser oferecidas simultaneamente. Segundo uma das coordenadoras da pesquisa, a antropóloga Elielma Machado, apesar de as cotas raciais não serem tão predominantes quanto as outras duas, são alvo muito mais freqüente de críticas na sociedade. Para ela, uma explicação para o fenômeno está no racismo. “Esse é um tema que ainda hoje é muito delicado porque muitos acham não existe. Então, quando se fala na necessidade de ter uma cota para negros, é como se fôssemos obrigados a reconhecer o racismo no Brasil e como isso impede a entrada de negros na universidade”, avaliou. O levantamento da PUC aponta sete tipos de ações afirmativas em dez instituições pesquisadas. Além da reserva de vagas para alunos de escolas públicas, indígenas e negros, há também programas para inserir deficientes físicos, assentados da reforma agrária, quilombolas e alunos provenientes de cidades do interior.  Além das cotas, também faz parte da política de ações afirmativas a criação de vagas extras nos cursos, principalmente para alunos indígenas e também a adição de pontos no vestibular.