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26/03/2011 / Em: Clipping

 


Ministro do STF arquiva ação contra cotas raciais em universidades  (Terra – Vestibular – 24/03/12)

O ministro Celso de Mello, do Supremo Tribunal Federal (STF), arquivou nesta semana uma ação contra lei do Rio de Janeiro que instituía cotas para negros em universidades fluminenses. A ação não chegou a ser analisada no mérito e foi descartada por um critério técnico, já que a lei em questão, de 2003, foi substituída por uma mais recente, de 2008. A ação foi ajuizada em 2004 pela Confederação Nacional dos Estabelecimentos de Ensino (Confenen). A entidade discordava da lei que reservava 45% das vagas em universidades públicas estaduais do Rio para estudantes carentes, sendo 20% para negros, 20% para estudantes da rede pública de ensino estadual e 5% para pessoas com deficiências e integrantes de minorias étnicas. Segundo a Confenen, a lei discriminava estudantes de colégios públicos de outros estados, assim como os candidatos carentes das escolas particulares e os candidatos pobres que não eram negros. Outro argumento usado para atacar a lei é que apenas a União pode legislar sobre diretrizes e bases para a educação nacional. Para impedir o julgamento do caso, o Ministério Público sugeriu que as entidades interessadas se engajassem na aprovação de outra norma semelhante para substituí-la. A nova lei foi aprovada em 2008 sem a limitação das vagas para a rede pública do Rio de Janeiro. Ao arquivar o processo nesta semana, Celso de Mello lembrou que o assunto das cotas não está encerrado, já que há pelo menos outras três ações sobre o mesmo tema no STF.



Educadores questionam nova base do ensino médio  (O Estado de S.Paulo – Educação – 26/03/12)

Dar identidade à etapa mais problemática da educação básica em 23 artigos de uma resolução e em 50 páginas de um parecer, permitindo que as escolas permeiem seus currículos com os conteúdos de quatro dimensões: trabalho, ciência, tecnologia e cultura. É esse o objetivo das novas diretrizes curriculares para o ensino médio, homologadas pelo Ministério da Educação (MEC) no início do ano, que tem recebido críticas de especialistas quanto à sua utilidade. As novas diretrizes tentam inserir “procedimentos que guardem maior relação com o projeto de vida dos estudantes como forma de ampliação da permanência e do sucesso dos mesmos na escola”. Ou seja, tentam deixar a escola mais atraente com a ideia de inserir conteúdos relacionados às quatro dimensões na base curricular. Na prática, as escolas são obrigadas a discutir o documento – que é mais doutrinário que mandatório -, mas sem desobedecer à Lei de Diretrizes e Bases da Educação, onde estão fixadas as disciplinas obrigatórias. Os críticos afirmam que o documento apenas legitima o que já existe: uma enxurrada de disciplinas que são voltadas para o vestibular. “O Brasil não diversifica e mantém a ideia que todo mundo tem de fazer a mesma coisa. É um ‘pau de sebo’, um sistema que mais expulsa que inclui”, diz João Batista, do Instituto Alfa e Beto. Para ele, o texto das diretrizes tem uma “erudição boba”. “Não vai mudar nada. Isso das quatro dimensões é só envelope. As escolas não vão deixar de dar o que cai na Fuvest.

Alunos criticam excesso de conteúdo   (O Estado de S.Paulo – Educação – 26/03/12)

Geometria analítica, mecânica e povos mesopotâmicos. Mesmo nos melhores colégios de São Paulo, onde o foco no vestibular não exclui uma formação humanística, os alunos do ensino médio afirmam que grande parte dos assuntos parecem nada ter a ver, na prática, com seu cotidiano. “História e filosofia são distantes do nosso contexto de vida. A escola dá muita base para esse tipo de coisa e não dá para tecnologia, por exemplo, que tem tudo a ver com o que acontece hoje”, diz André Hamada, de 16 anos, do Colégio Stockler. A “decoreba” e o aspecto abstrato de alguns conteúdos é uma das coisas que mais desagradam os estudantes. “Química fala muito de átomos. Tenho dificuldade para ‘enxergar’ o que o professor quer dizer”, conta Stéphanie Faralli, de 17 anos, do mesmo colégio. É por esse motivo que as aulas práticas acabam sendo umas das preferidas.