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26/07/2012 / Em: Clipping

 

Professores da Unicamp visitarão cursos de excelência internacional (O Estado de S.Paulo – Educação – 25/07/12)

Cerca de 40 docentes da Unicamp foram selecionados para conhecerem propostas inovadoras de cursos de graduação de excelência internacional. Ligados a 22 cursos de graduação, os professores vão visitar universidades de ponta no ensino e pesquisa mundial, como Harvard, MIT, Berkeley, Instituto de Artes da Califórnia, Universidade de Gronoble e do Porto.  A ação é resultado de edital lançado em abril deste ano pela Pró-reitoria de Graduação (PRG) e pela Fundação de Desenvolvimento da Unicamp (Funcamp) em parceria com o banco Santander, que financiará as visitas dos docentes por meio do programa Santander Universidades. O investimento é da ordem de R$ 350 mil.  O edital integra a proposta de internacionalização da universidade aliada à melhoria constante dos cursos de graduação, explicou a assessora da PRG, Gabriela Celani. A assessora acrescenta que as visitas devem subsidiar mudanças e inovações curriculares nos cursos, de forma pontual, em uma disciplina ou grupo de disciplinas, ou de forma geral, como uma reestruturação curricular. “O objetivo é que os docentes conheçam propostas educacionais que estejam alinhadas com os cursos da Unicamp, visando sempre uma melhoria na qualidade, como por exemplo, uma inovação curricular, a implementação de novas ferramentas e métodos de ensino, entre outros.” O pró-reitor de Graduação, Marcelo Knobel, ressaltou a importância da parceria, que segundo ele, traz recursos que normalmente não são cobertos pelas agências de fomento à pesquisa. “O ensino de graduação é prioridade da Unicamp. E este é mais um projeto que busca o aprimoramento dos nossos cursos, em uma iniciativa inédita, fruto desta parceria importante entre a PRG, a Funcamp e o Santander. Certamente beneficiará todos os cursos que estão participando.” O professor Paulo César Montagner, diretor-executivo da Funcamp, destaca que no segundo semestre deste ano será lançado um outro edital nos mesmos moldes deste primeiro. “Nós gostaríamos que todos os cursos de graduação da Unicamp participem da iniciativa.”


Paliativo médico (Folha de S.Paulo – Editorial – 26/07/12)

O declínio do ensino de medicina no Brasil não se resolverá com meias medidas. Nem, muito menos, com medidas erradas como a criação de 2.500 vagas anunciada em junho pelo governo federal, que já não consegue garantir a qualidade dos cursos existentes. É só medianamente auspiciosa, dessa forma, a decisão do Conselho Regional de Medicina do Estado de São Paulo (Cremesp) de tornar obrigatório seu exame para formandos a partir deste ano, conforme noticiou o jornal “O Estado de S. Paulo”. Essa prova, realizada desde 2005 de maneira opcional, obtém participação de apenas 15% dos estudantes de último ano. Mas já bastou para traçar um quadro pavoroso: quase a metade (46,7%) deles se forma sem conhecimentos suficientes para exercer a profissão. A nova obrigatoriedade não influenciará de imediato, infelizmente, a qualificação dos novos médicos. Mesmo que tenham péssimas notas, poderão clinicar, pois só se exigirá deles, para obter o registro (CRM), que compareçam e preencham a folha de respostas para as 120 questões de múltipla escolha. Pretende-se que a avaliação, encorpada por abranger a totalidade dos formandos paulistas, forneça um diagnóstico mais preciso sobre cada curso no Estado. Não sendo obrigatória, até aqui ela era boicotada por algumas das melhores escolas, como USP e Unicamp. Tornar público o desempenho de cada faculdade decerto contribuirá para que se empenhem mais em melhorar o ensino. Mas tal processo é lento, sobretudo quando o governo federal se mostra relutante em punir os cursos com deficiências gritantes apontadas em outra prova, o Enade (Exame Nacional de Desempenho de Estudantes). Diante da precariedade da formação de alguns médicos, e se os valores maiores a proteger aqui são a segurança e a saúde dos pacientes, o correto seria não só adotar uma prova obrigatória como condicionar a concessão do registro a um desempenho mínimo (melhor ainda se o exame incluísse provas práticas, a exemplo do que se exige atualmente para ingresso nos programas de residência médica). Tramita no Senado há oito anos o projeto de lei nº 217, que cria exatamente isso: o Exame Nacional de Proficiência em Medicina. Passou da hora de o Congresso aprová-lo.