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30/11/2009 / Em: Clipping

 


Aumento de matriculados não diminui ociosidade  (Universia Brasil – 27/11/09)

Ao mesmo tempo em que aumenta, o número de alunos matriculados no Ensino Superior brasileiro, o índice de ociosidade nas instituições cresce. De um lado, o ingresso de 1.936.078 novos estudantes, que representam expansão de 8,5% em relação a 2007. Do outro, 1.479.318 lugares continuam vagos nos cursos presenciais. Uma evolução de 10,2% se comparado a 2007, quando foram registradas 1,341 milhões de vagas não preenchidas. Esse foi o panorama traçado pelo Censo da Educação Superior 2008, divulgado pelo Inep/MEC (Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira) nesta sexta-feira, 27 de novembro.  O crescimento das vagas nas graduações foi impulsionado pelas instituições federais, que, em 2008, obtiveram expansão de 9,3% com a oferta de 169.502 oportunidades. O quadro discente nas estaduais evoluiu apenas 2,2% no período, com a abertura de 2.554 novas vagas. Já as municipais apresentaram, pelo segundo ano consecutivo, queda nas ofertas. As 58.251 vagas representam diminuição de 3,7%. Em 2007, o índice apresentou queda de 0,5%. Ainda que o crescimento das oportunidades nas instituições privadas tenha freado, a taxa permanece positiva, com o aumento de 5,9% (2.641.099). A expansão das vagas, no entanto, não acompanhou os ingressos nos processos seletivos. Desequilíbrio que impulsionou o crescimento das vagas ociosas no País. A maior incidência permanece nas IES (instituições de Ensino Superior) privadas, que representam 98% das carteiras vazias no setor (1.1442.593). Em 2008, o índice de ociosidade nas IES privadas cresceu 10% em comparação a alta registrada em 2007, que foi de 14,3% em relação ao ano anterior. Apesar do maior número de vagas ociosas estar nas instituições particulares, o setor federal registrou o maior crescimento na ociosidade. Com alta de 117,3%, os bancos vazios nas federais pularam de 3.400, em 2007, para 7.387, em 2008. Já a taxa de ociosidade nas instituições municipais foi de 6,9% (24.966 vagas) e nas estaduais de 9% (4.372 vagas).



Brasil sofre com escassez de engenheiro  (O Estado de S.Paulo – Vida& – 30/11/09)

O projeto brasileiro de crescer 6% ao ano pode esbarrar em um problema básico: a falta de engenheiros. Apesar de ter crescido nos últimos anos, essa é uma área da graduação que anda a passos lentos e é deixada para trás por cursos como Administração e Direito. Um levantamento feito pelo Estado mostra que, entre os 589 cursos autorizados pelo Ministério da Educação entre julho de 2008 e agosto de 2009, apenas 13% eram da área. Nem mesmo as novas universidades públicas têm ajudado muito: entre os 283 cursos que estão sendo ofertados pelas 12 novas federais, apenas 52 são de Engenharia. O governo federal já reconheceu essa área como estratégica para o País. Ainda assim, o Ministério da Educação tem dificuldade em incentivar novos cursos. Falta de profissionais para ensinar e o alto custo da criação de laboratórios inibe instituições privadas, que preferem se dedicar a áreas mais simples, como Pedagogia, Administração ou Direito, ou investir em cursos como Medicina e Odontologia, que têm alto custo mas também alta procura e rendem mensalidades caras. Tanto que a Engenharia é uma das únicas áreas do ensino superior em que a distribuição de vagas é praticamente meio a meio entre públicas e particulares. Na soma geral, 75% das graduações estão na mão de faculdades privadas. Dos cursos autorizados no período de 12 meses, mais uma vez Administração é campeã: foram 63. Número igual ao de Ciências Contábeis. As denominações de Engenharia – que vai desde a civil até naval e aeronáutica, passando por florestal, entre outras – somam 77. Desde 2002, o número de vagas disponíveis em cursos dessa área cresceu 40%. Parece muito, mas o patamar de partida era muito baixo. Em 1991, enquanto Direito já tinha 35 mil vagas nos vestibulares, Engenharia mal passava de 5 mil. Hoje, todos os cursos de Engenharia no País somam pouco menos de 120 mil vagas – excetuando-se ainda Engenharia de Alimentos e outras denominações que são, na verdade, cursos de tecnologia. É pouco mais de 4% de todas as vagas de ensino superior do País. Já Administração, com suas 526,3 mil vagas, representa mais de 18%. Também foi a área que mais cresceu desde 2002: 60%.

Ministério espera dobrar oferta em 6 a 8 anos  (O Estado de S.Paulo – Vida& – 30/11/09)

O Ministério da Educação está fazendo uma reordenação dos cursos de Engenharia e estabelecendo novas definições do que é cada curso, qual é a infraestrutura necessária e o que deve saber cada engenheiro. Hoje, com mais de duas centenas de denominações, a área abrange desde Arquitetura até Engenharia de Alimentos. A confusão, diz o ministério, dificulta a expansão da área. “Não há dúvida que temos oferta insuficiente. São cerca de 1,3 mil cursos apenas e 300 mil alunos, muito menos do que era de se esperar”, avalia a secretária de ensino superior do MEC, Maria Paula Dallari. “Precisamos definir áreas de atuação, infraestrutura mínima e deixar mais claras as necessidades para criar novos cursos.”  De um modo geral, a qualidade dos cursos de Engenharia no Brasil é boa. É uma das áreas que tem a menor quantidade de cursos mal avaliados e seus alunos têm sempre algumas das maiores médias no Exame Nacional de Desempenho do Estudante (Enade). Entretanto, o País precisa também de mais quantidade.



Meta de 30% dos jovens no ensino superior não será cumprida, diz MEC  (Folha Online – Educação – 27/11/09)

Apesar do crescimento nas matrículas do ensino superior apontado pelo censo divulgado nesta sexta pelo MEC (Ministério da Educação), o Brasil não vai cumprir a meta de incluir 30% da população entre 18 e 24 anos na universidade. Essa era uma das determinações estabelecidas pelo PNE (Plano Nacional de Educação) para 2011. Hoje essa taxa está próxima a 14%.”Até 2011 não vamos atingir essa meta. O crescimento dessas taxas são difíceis. Durante duas décadas (70 e 80) ela ficou estagnada em 8%”, destacou o presidente do Inep (Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais), Reynaldo Fernandes. Segundo dados do censo de 2008, o Brasil tem 5 milhões de alunos matriculados em cursos superiores no Brasil, a maioria em instituições privadas. 

Vigilância no ensino (Folha de S.Paulo – Editorial – 28/11/09)

O CENSO da Educação Superior de 2008, divulgado ontem pelo MEC, indica uma tendência de diminuição do ritmo de crescimento do ensino de graduação tradicional no país. Números de vagas, de matrículas totais e de novos alunos continuam a aumentar, por certo, mas as taxas vêm gradualmente diminuindo ao longo da década. Essa acomodação natural é acompanhada, por outro lado, pelo crescimento ainda explosivo da educação a distância, que tem aumentado a participação relativa no total de estudantes de graduação no país. Do total de 1.936.078 novos alunos que ingressaram nas faculdades e universidades brasileiras no início do ano passado, 430.259 -cerca de 22%- se inscreveram em cursos não presenciais. Em relação ao total de alunos que entravam na universidade, a fatia de novos ingressantes em cursos a distância era de aproximadamente 17% em 2007, cerca de 13% em 2006, e ainda pouco mais de 8% em 2005. Tal tendência guarda relação com outro fenômeno flagrado no censo. Depois de crescer a um ritmo de até 13% na primeira metade da década, a criação de instituições de ensino superior perdeu fôlego. Chega-se agora, na prática, a uma estabilização. O total de unidades caiu de 2.281, em 2007, para 2.252 em 2008. Especialistas atribuem o fato a uma incipiente concentração de mercado das empresas privadas de educação, de resto ainda bastante fragmentado. Universidades ou faculdades maiores ampliam os seus negócios comprando concorrentes menores na mesma cidade -ou outras unidades no interior do país. É comum que, em muitos casos, seja o modelo de educação a distância que passe a ser adotado. No retrato do ensino superior divulgado ontem, merece ainda destaque a preocupante constatação de que cresceram as matrículas em escolas com má qualidade de ensino. Houve um aumento de 11% no número de ingressantes em universidades com notas baixas nas avaliações do governo federal. Já a média de expansão dos alunos em cursos presenciais foi menor, de 4%. Todos esses aspectos se combinam para exigir do governo redobrados esforços de atenção sobre a qualidade do ensino de graduação. A própria moderação nas taxas de crescimento do ensino superior tradicional permite uma melhor vigilância, ao limitar o universo dos cursos cuja qualidade precisa ser acompanhada. No caso dos cursos a distância, que ainda vivem uma forte ampliação, é de esperar que o controle de sua qualidade não seja relegado a um momento posterior -justamente por ser um modelo novo, a exigir acompanhamento cerrado. Como já se sabe da experiência com o ensino fundamental, a ampliação do número de vagas e de estudantes matriculados é apenas o primeiro passo no processo de aprimoramento da educação no país. Não se pode desprezar, contudo, o impacto social e econômico dessa ampliação do acesso ao diploma superior por milhares de jovens cujos pais não tiveram a mesma oportunidade.

Sobram 12 mil vagas em instituições públicas   (Folha de S.Paulo – Cotidiano – 28/11/09)

Instituições que têm alguns dos vestibulares mais concorridos estão cada vez mais com vagas sobrando. Ao todo, são 11.759 lugares vagos em universidades públicas e gratuitas. O dado está no Censo da Educação Superior: de 2007 para 2008, o número de vagas ociosas nas instituições estaduais aumentou 9%; nas federais, mais do que dobrou, passando de 3.400 para 7.387 (aumento de 117%). Nessa conta estão incluídas universidades e institutos federais de educação tecnológica, que oferecem ensino técnico de nível superior. Para Reynaldo Fernandes, presidente do Inep (instituto ligado ao MEC), o fenômeno nas instituições públicas está relacionado, principalmente, aos alunos que acabam mudando de graduação, o que faz sobrar vagas nos cursos de origem. Outro problema é a evasão, seja por falta de dinheiro ou dificuldade de acompanhar as aulas. O secretário-executivo da Andifes (Associação Nacional dos Dirigentes das Instituições Federais de Ensino Superior), Gustavo Balduíno, disse que esse é um problema que sempre se enfrentou nas universidades. Segundo ele, as instituições estão buscando atacá-lo aumentando a assistência estudantil, com verbas para moradia e alimentação, por exemplo, e investindo em acompanhamento pedagógico dos alunos que entram com mais deficiências trazidas do ensino básico. Segundo ele, também pode ter contribuído para o aumento das vagas ociosas o baixo interesse e a pouca divulgação de cursos recém-abertos, principalmente no interior do país. Outro problema, no entanto, pode ser um desinteresse dos próprios alunos em concluírem seus cursos no tempo certo. Para João Ferreira de Oliveira, professor da UFG (Universidade Federal de Goiás), uma justificativa pode ser a ampliação dos prazos de jubilamento. “O aluno começa a trabalhar, tranca disciplinas e acaba estendendo o curso”, diz. Além das vagas ociosas, o censo revelou que, apesar do aumento expressivo das matrículas nas federais, o número de alunos formados caiu 6%. Segundo a Andifes, isso se deve ao término de diversas turmas especiais criadas nas universidades para professores.
É o caso da Fundação Universidade Federal de Rondônia, que apresentou a maior queda no número de formados entre as federais: de 3.238 para 772. A federal de Rondônia afirma que em 2007 o número de graduados teve um aumento devido ao Programa de Habilitação de Professores Leigos do governo do Estado, que ofereceu curso superior a professores que não tinham graduação.



Bônus beneficia mais de 16 mil na UFMG  (Estado de Minas – Vestibular – 30/11/09)

No segundo ano de implantação do programa de bônus, 26,74% do total de candidatos inscritos (16.584) conseguiram o incentivo para fazer o vestibular 2010 da UFMG. O número representa uma pequena queda em relação ao primeiro ano em que o programa vigorou, quando foram deferidos 16.789 pedidos. Este ano, do total de 22.751 candidatos que pediram para ser incluídos, 4.880 não enviaram a documentação exigida e 1.287 tiveram o benefício negado. No ano passado, o número de pedidos chegou a 24.276. Diferentemente da reserva de vagas, como o sistema de cotas, no programa os candidatos recebem bônus na pontuação. Se o candidato tiver cursado as quatro últimas séries do ensino fundamental e todo o ensino médio em escola pública no Brasil, recebe 10% em sua nota final, em cada uma das etapas do concurso. Se o candidato tiver estudado em escola pública e ainda tiver se declarado negro ou pardo, o bônus é de 15%. Na prática, as questões têm pesos diferenciados para três grupos de candidatos: para optante do bônus de 15%, peso de 1,15; do bônus de 10%, 1,10, e para o não optante, 1.